domingo, 31 de março de 2013

LIÇÃO PARA O PROFESSOR: É na sala de aula que a Dislexia fica evidente

Uma tarefa para professores



"É na escola que de fato aparece a dislexia, uma perturbação de origem neurobiológica e genética relativamente frequente, que deve ser diagnosticada o mais cedo possível para que a intervenção ocorra de forma adequada."


Dislexia é um distúrbio específico de aprendizagem, muito frequente na fase escolar, caracterizado pela dificuldade em automatizar o código linguístico. Essa síndrome é conhecida e estudada há mais de um século, porém apenas nos últimos anos passou a ser difundida no Brasil. Estudos realizados no mundo todo apontam que entre 5% e 17% da população mundial é disléxica.

Conhecia desde o fim do século 19, sua origem permaneceu um mistério durante muito tempo. Só em 1968 é que a Federação Mundial de Neurologia utilizou, pela primeira vez, o termo "dislexia do desenvolvimento". Quase 30 anos depois, esse problema foi incluído nos transtornos de aprendizagem, denominado por "perturbação da leitura e da escrita". Cinco anos mais tarde, já em 2003, a Associação internacional de Dislexia adotou a seguinte definição: "Dislexia é uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldades na correção ou fluência na leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica, Essas dificuldades resultam de um déficit fonológico, inesperado, em relação a outras capacidades cognitivas e às condições educativas, e que se mantém ao longo da vida. Secundariamente, podem surgir dificuldades de compreensão de leitura que impeçam o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais". Essa definição é aceita, atualmente, pela maioria da comunidade científica.

            A Associação Brasileira de Dislexia (ABD) considera uma pessoa portadora da dislexia quando, apesar da inteligência, da instrução, da oportunidade sociocultural e da ausência de distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, há falhas no processo de linguagem, incluindo problemas com leitura e escrita. Diagnosticar a doença não é fácil, pois requer a avaliação de uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e neurologista. Vale ressaltar que o déficit cognitivo persiste ao longo da vida, ainda que suas consequências e expressão variam sensivelmente.

Mas do que resultam essas dificuldades, em entrevista a revista COISA DE CRIANÇA, a especialista e psicóloga educacional Paula Teles, explica: " Já vimos que a origem da dislexia é neurobiológica e que também há influências genéticas. Além disso, ela é motivada por alterações estruturais e funcionais do cérebro".


Sinais de alerta na primeira infância


Apesar de a dislexia ser uma perturbação da linguagem, que acarreta dificuldades de processo fonológico, pode-se observar manifestações desse quadro antes mesmo do início da aprendizagem da leitura. Se esses sinais forem percebidos e persistirem ao longo de vários meses, os pais devem procurar uma avaliação especializada. Os primeiros indicadores de possíveis dificuldades com a escrita surgem com a linguagem oral. O atraso na aquisição da fala serve como um alerta para futuros problemas na leitura.

As crianças começam a dizer as primeiras palavras com cerca de 1 ano de idade e a formar frases entre os 18 meses e os 2 anos. Em situação de risco, as primeiras palavras surgem depois de 15 meses e as frases somente com mais de 2 anos. Veja a seguir alguns pontos fundamentais na identificação da dislexia:

Depois de as crianças começarem a falar, surgem dificuldades de pronúncia. Geralmente entendidas como “linguagem do bebê”, elas continuam além do tempo normal. Por volta dos 5 anos de idade, uma criança deve pronunciar corretamente a maioria das palavras;

A dificuldade em pronunciar uma palavra pela primeira vez ou em falar corretamente palavras complexas pode ser apenas um problema de articulação. As incorreções típicas da dislexia são a omissão e a inversão de sons em palavras, como por exemplo, “fosfos” (fósforos) e “popicas” (pipocas);

Frases curtas e palavras mal pronunciadas, com omissão ou substituições de sílabas ou fonemas;

Dificuldade em aprender nomes de cores (verde, vermelho), de pessoas, de objetos, de lugares;

Dificuldade em memorizar canções;

Dificuldade na aquisição dos conceitos temporais e espaciais básicos (ontem/amanhã, manhã/amanhã, direita/esquerda, antes/depois);

Dificuldade em perceber que as frases são formadas por palavras e que as palavras podem ser divididas em sílabas;

Não saber as letras do próprio nome;

Dificuldade em aprender e recordar os nomes e os sons das letras;

Dificuldade em associar os rótulos a seus produtos;

Dificuldade para a organização sequencial (por exemplo, as letras do alfabeto, os meses etc.);

Lentidão na cópia;

Desatenção e dispersão.


   

Avaliar e intervir

  

Em caso de suspeita da existência de déficits fonológicos e de dificuldades de leitura e escrita, deve-se fazer uma avaliação. É importante observar para diagnosticar, delinear as dificuldades especificas, as áreas fortes e, assim, intervir.

A avaliação pode ser realizada em qualquer idade e os testes são dirigidos a cada criança. Com base nos resultados obtidos, implementam-se as medidas de intervenção adequadas. Professores e pais precisam ficar atentos aos sinais que podem evidenciar dificuldades antes do início da escolaridade, pois a implementação de programas de intervenção precoce tende a prevenir ou minimizar o insucesso.

Hoje, sabe-se que é possível introduzir melhorias por meio de uma intervenção especializada, " reorganizando" os circuitos neurológico e implementando um programa reeducativo concebido com base nos novos conhecimentos neurocientíficos.

Na escola, no entanto, pequenas ações já devem ser dirigidas ao aluno comprovadamente disléxico. Sugerimos algumas:


Use linguagem direta, clara e objetiva. Muitas crianças têm dificuldade para entender uma linguagem simbólica, sofisticada e metafórica; portanto, seja simples;

Fale olhando diretamente para ele;

Coloque-o sempre próximo ao professor para facilitar o diálogo e a orientação; 

Trate-o com naturalidade; 

Evite submete-lo à pressão de tempo e competição entre colegas, pois suas dificuldades para automatizar a leitura e escrita transformam algo simples em uma operação altamente complexa;

Atenção: em geral o disléxico tende a lidar melhor com as partes do que com o todo. Abordagens e métodos globais e dedutivos são de difícil compreensão para ele. Apresente o conhecimento em partes, de modo indutivo. 

Extraído da revista: O guia para Educadores - Maio de 2009 - Nº 2 

terça-feira, 19 de março de 2013

Inclusão digital

Dos primeiros passos ás experiências mais avançadas, tudo sobre o computador em sala de aula.

Aos poucos, os computadores se incorporam ao dia-a-dia das escolas , convidando os professores a repensar suas práticas.Conhecer experiências reais que vão dos primeiros passos até os voos mais altos no mundo digital .

Há uma década, computador em escolas brasileiras era, quando muito, privilégio de elite. Seu uso praticamente se restringia a processar texto e a internet era novidade absoluta. Hoje esses recursos são mais básicos de uma enorme gama de opções. Embora 92% das escolas públicas urbanas do Brasil tenham computador com acesso à internet em seu estabelecimento, apenas 4% têm o equipamento instalado em sala de aula. O uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Escolas Brasileiras apenas 18% dos professores de escolas públicas urbanas do Brasil usam internet na sala de aula, mais cedo ou mais tarde , contudo, eles estarão em toda rede de ensino.
Fazer parte dos novos tempos não depende apenas de equipamentos modernos .A Interação que eles permitem pede uma revisão dos métodos tradicionais de ensino .Quanto mais se mantiverem os hábitos que relegam o aluno a um papel meramente receptor , menos diferença a tecnologia fará no aprendizado . Em muitas escolas ,os computadores ficam a maior parte do tempo confinados a salas que só se abrem para aula de informática ,sem se incorporar ao projeto pedagógico .É como deixar trancados os livros da biblioteca ou limitar seu uso processo estrito de alfabetização .
Em geral , crianças e jovens  sabem aproveitar por conta própria as oportunidades oferecidas pelo mundo digital.
O papel do professor ,portanto, é dar um sentido ao uso da tecnologia ,produzir conhecimento com base em um labirinto de possibilidades. É possível, por exemplo, estimular o raciocínio lógico  com jogos virtuais , ou criar uma página na internet para a a garotada publique seus textos. O computador trouxe novas situações de aprendizagem que o professor deve gerenciar .

Dicas sobre novas tecnologia

PARA PAIS .

*Observe como seu filho interagem com os jogos digitais, quais são seus preferidos, quanto tempo e em que momento ele joga, se o faz sozinho ou com colegas (pessoalmente ou virtualmente),em casa ou em lan houses. Assim, fica mais fácil entender o que representam os jogos para ele .
* Proponha participar dos jogos.
*Negocie horários de uso do computador .
Para saber se o combinado esta funcionando, verifique se os compromissos escolares estão sendo cumpridos .
Peça para ver   os registros de seu filho na internet, como página no orkut , facebook ou os contatos no e MSN. Não acesse essas ferramentas ás escondidas .
Não invoque perigos que não existe. Explique, por exemplo, o que realmente pode acontecer se ele abrir um e-mail estranho, que pode conter vírus.
Se não quiser que seu filho acesse sites que considera impróprios, instale um filtro no computador . 

Para os professores .

*Conheça a cultura televisivo - digital de seus alunos :O que eles gostam de ver na TV e usar na internet , como jogos e comunidades . 
Faça um debate com os que já utiliza canais de comunicação, como MSN: Discuta as palavras que eles usam para se comunicar e compare com a linguagem culta .
Promova dias ou momentos de jogos coletivos na internet. Utilize os que provocam a interação, envolvem conhecimentos gerais e específicos de disciplinas da escola ( Matemática, História) e estimulam estratégias desafios e raciocínio lógicos .
Crie uma comunidade da escola no orkut, com a participação dos estudantes e autorização da direção.
O debate em torno da criação da comunidade de seus objetivos e regras podem enriquecer o aprendizado. Lembre que essa iniciativa envolve risco e responsabilidade, pois trata-se de um espaço livre, onde qualquer um pode entrar e escrever o que quiser .Deixe claro que, assim como na vida real, na virtual também não podemos ofender, caluniar ou injuriar minguem .
Estimule a troca de opiniões por meio de outras ferramentas, como os blogs.